domingo, junho 26, 2005

Alma Gêmea é real ou imaginária?

Sinceramente, eu já acreditei muito na tão falada alma gêmea que agora até novela está explorando e tinha a esperança de um dia encontrar a minha e por algumas vezes achei que já a havia encontrado, porém depois de tanto tempo, passei a às vezes não acreditar muito, sempre ficando em cima do muro, e tentando achar motivos racionais para a que parece uma infinita busca, será que somos fadados a procurar por toda a vida? Existe realmente uma alma gêmea? Algumas pessoas parecem que encontram, fazem muitas vezes o casal perfeito e assim vivem até o fim das vidas, mas seria a essa perfeição o indicador de que encontraram sua alma gêmea?

Racionalmente falando, após algumas frustrações amorosas, eu sempre pensava, se uma alma é gêmea, ela pode não servir para nós, afinal, gêmeo, quer dizer idêntico, lembra até irmãos, e se é idêntico, o que faremos com a famosa frase que diz que “os opostos se atraem” ou se lembram irmãos, não seria um incesto? Enfim, na minha opinião, todos tem uma pessoa perfeita para si, mas o que ninguém pensa, é que a pessoa perfeita, pode ter uma outra pessoa perfeita para ela, ou seja, você pode não ser a alma gêmea de sua alma gêmea.

Muitas pessoas acham que já encontraram a sua metade, mas não se dão conta de que muitas vezes, tem amor demais pela pessoa, amor que vale pelo dela e pelo que a outra pessoa deveria ter de volta, e isso cria também uma angustia, uma agitação terrível, porque passamos a ter insegurança, ciúmes e cada vez mais acreditamos que aquela pessoa é nossa metade e que devemos ficar com ela e ela conosco, criando um circulo vicioso.

Então, o que acontece é que encontramos com alguém que achamos ser nossa outra metade, nosso complemento e essa pessoa não nos tem como sua outra metade, seu complemento, e por isso acabamos mantendo um relacionamento praticamente unilateral, com um amando e outro só curtindo ou gostando, porque cedo ou tarde, o vazio da pessoa que ainda não encontrou seu complemento vai fazer com que ela saia em busca dele, seguir em frente, continuar a procurar.

Outra coisa que talvez impeça duas pessoas de serem felizes é ser fiel as suas próprias convicções, por exemplo, se apaixonar somente por pessoas do “tipo” que você gosta, ora, vamos pensar, se é tão difícil achar uma metade, imagina ela sendo do jeito que nós gostamos!? O que deveríamos nos preocupar, é encontrar uma pessoa que atendesse nossos sentimentos, nos complete, seja algo de bom, some, sem essa de alguém para dividir, pq já temos tão pouco e vamos arrumar alguém para dividir? Tem que somar.

Quantas vezes descobrimos que alguém gosta da gente e simplesmente não damos nem papo, nem idéia para tal pessoa, e normalmente, por ela não ser do nosso tipo, mas a verdade é, nossa alma gêmea é aquela que quer coisas boas para nós, que goste, cuide, ame, seja carinhosa, companheira, será que existe espaço ainda para outros detalhes? Para pensarmos ainda, se tal pessoa nos agrada ou foge do nosso “padrão de escolha?!” Muitas vezes podemos estar com a felicidade ao nosso lado e não enxergamos por isso, por acreditar que nossa metade tem tudo a ver conosco, mas não tem nada a ver conosco, porque quem está por perto, quem pode estar ao lado é aquele velho amigo ou amiga que sempre foi tudo para você, e que possivelmente, pode ser sua alma gêmea.

As vezes fugimos sem querer ou até de propósito da possivel felicidade.

Pra quem nasceu antes de 1980...

Recebi esse texto há algum tempo, e como bom saudosista das coisas e das amizades e das atitudes das pessoas nos idos anos 80, estou colocando ele aqui, sem poder dar crédito do autor, pois o nome não acompanhava o texto, mas seja quem for, está de parabéns.. é um ótimo texto.


autor desconhecido

Pensando bem, é difícil acreditar que estejamos vivos até hoje.

Quando éramos pequenos, viajávamos de carro sem cintos de segurança, sem ABS e sem air-bag! Os vidros de remédio ou as garrafas de refrigerantes não tinham nenhum tipo de tampinha especial... nem data de validade. E tinha, também, aquelas bolinhas de gude... que vinham embaladas sem instrução de uso.

A gente bebia água da chuva, da torneira e nem conhecia água engarrafada. Que horror! A gente andava de bicicleta sem usar nenhum tipo de proteção... E passávamos nossas tardes construindo nossas pipas ou carrinho de rolimã. A gente se jogava nas ladeiras e esquecia que não tinha freios até que déssemos de cara com a calçada ou com uma árvore... E depois de muitos acidentes de percurso, aprendíamos a resolver o problema... SOZINHOS!

Nas férias, saímos de casa de manhã e brincávamos o dia todo; nossos pais nem se preocupavam se estávamos em perigo. Não existiam os celulares... Incrível!

A gente procurava encrenca. Quan tos machucados, ossos quebrados e dentes moles nos tombos! Ninguém denunciava ninguém... eram só "acidentes" de moleques. Na verdade nunca encontrávamos um culpado. Você lembra destes incidentes? Janelas quebradas, jardins destruídos, as bolas que caíam no terreno do vizinho...

Existiam as brigas e, às vezes, muitos pontos roxos... E mesmo que nos machucássemos e, tantas vezes, chorássemos, passava rápido; na maioria das vezes, nem nossos pais vinham a descobrir...

A gente comia muito doce, pão com manteiga... mas ninguém era obeso. No máximo, um gordinho saudável. Nem se falava em colesterol. A gente dividia uma garrafa de suco, refrigerante ou até uma cerveja (escondida) em três ou quatro moleques, e ninguém morreu por causa de vermes... Não existia o Playstation, nem o Nintendo... não tinha TV a cabo, nem vídeo cassete, nem computador, nem internet. Tínhamos, simplesmente, amigos!

A gente andava de bicicleta ou a pé. Íamos à casa dos amigos, tocávamos a campainha, entrávamos, conversávamos... Sozinhos, num mundo frio e cruel... sem nenhum controle. Como sobrevivemos?

Inventávamos jogos... com pedras, feijões, cartas... Brincávamos com pequenos monstros: lesmas, caramujos e outros animaizinhos, mesmo se nossos pais dissessem para não fazer isso. Os nossos estômagos nunca se encheram de bichos estranhos! No máximo tomamos algum tipo de xarope contra vermes e outros monstros destruidores... um tal óleo de rícino!

Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros e tiveram de refazer a segunda série. Que horror! Não se mudavam as notas e ninguém passava de ano mesmo não passando. As professoras eram insuportáveis! Não davam moleza... Os maiores problemas na escola era chegar atrasado, mastigar chicletes na classe ou mandar bilhetinhos falando mal da professora... correr demais no recreio ou matar aula só pra ficar jogando bola no campinho... As nossas iniciativas eram "nossas", mas as conseqüências também. Ninguém se escondia atrás do outro.

Os nossos pais eram sempre do lado da Lei quando transgredíamos as regras. Se nos comportávamos mal, nossos pais nos colocavam de castigo e, incrivelmente, nenhum deles foi preso por isso! Sabíamos que quando os pais diziam NÃO, era NÃO. A gente ganhava brinquedos no Natal ou no aniversário, não todas as vezes que ia ao supermercado... Nossos pais nos davam presentes por amor, não por culpa... Por incrível que pareça, nossas vidas não se arruinaram porque não ganhamos tudo o que gostaríamos, que queríamos...

Esta geração produziu muitos inventores, artistas, amantes do risco e ótimos "solucionadores" de problemas... Nos últimos 50 anos, houve uma desmedida explosão de inovações, tendências... Tínhamos liberdade, sucessos, algumas vezes problemas e desilusões, mas tínhamos muita responsabilidade... E não é que aprendemos a resolver tudo?!!!

Se você é um destes sobreviventes...

PARABÉNS !!! VOCÊ CURTIU OS ANOS MAIS FELIZES DE SUA VIDA.

terça-feira, junho 07, 2005

Filmes e as Dublagens

Assistir a um bom filme nem sempre é uma boa pedida, seja para os fãs do cinema ou da tv, os motivos para assistir ou não um título, são muitos, mas normalmente a grande vilã para os amantes da sétima arte tem nome, dublagem.

As opiniões se dividem, alguns dizem que quem realmente é fã de filmes prefere assistí-lo com o áudio original, seja o idioma que for, e legendado. Porém existem também os que afirmam que gostam de assistir, mas preferem dublados e para isso listam uma série de motivos, que vai desde, "não consigo ler e assistir ao mesmo tempo" a "dublado é mais fácil para entender", as desculpas são diversas.

O fato é que, não tirando o mérito de quem se esforça e trabalha na dublagem, ou a preferência por alguns pela dublagem, quando o filme é dublado muita coisa se perde, o áudio fica mais baixo, você passa a não perceber alguns sons ou ruídos da cena, como passos de alguém se aproximando ou falas ao longe, isso é agravado se você assiste um DVD num Home Theater, muitos não sabem, não conhecem, mas o sistema de Home Theater é um tipo de mini-cinema que você pode ter em casa.

Hoje em dia está mais acessível a muitos, devido os sistemas chamados in-a-box (conjunto de caixas, receiver mais o dvd-player tudo integrado), com preços interessantes, pecando muitas vezes em potência e desempenho.

Num sistema desse você tem a opcão de assistir um filme com uma riqueza de detalhes incríveis no áudio, dependendo do título em DVD, podemos encontrar vários tipos de configurações de áudio, temos a opção de dublagem, áudio estéreo em dois canais, e o "áudio de cinema", onde cada caixa acústica é responsável por uma parte. Nesse caso, o áudio é dividido em 6 canais (ou até 7 canais nos mais modernos), sendo um canal para o som grave (Subwoofer), um canal central (Reproduz as vozes dos interlocutores), dois canais laterais, esquerdo e direito (que são os responsáveis pelo áudio de tudo que acontece na cena) e dois canais surround (que fazem o efeito de envolvimento com a cena, responsáveis pelo áudio das coisas que acontecem fora da tela).

O problema com a dublagem surge de inicio com relação as perdas de falas, pois muitas coisas ditas, apesar de não fazer parte de nossa cultura, são "abrasileiradas" e muitas vezes sai do contexto do filme, você percebe que não é aquilo que o personagem ia falar e nem daquele jeito, a dublagem tira, joga fora, toda dedicação que o ator fez para interpretar o personagem, dificilmente uma dublagem passará um real sentimento de uma cena porque não está vivenciando-a. Um grande exemplo é um filme chamado Shaft (com Samuel L Jackson) onde o ator Jeffrey Wright faz o papel de um traficante chamado Peoples Hernandez e você pode notar o quanto o ator trabalhou para dar vida ao personagem, explico, People Hernandez é um traficante nos EUA e tem origem latina, por isso tem o jeito de falar arrastado e bem carregado, malandro e com seu inglês com sotaque latino, perfeito, na dublagem dá até dó, o dublador simplesmente "fala", você não sente a emoção do personagem.

Na Tv complica um pouco assistir o áudio original, mas eu costumo usar um recurso que muitos ainda estão descobrindo, sejam canais abertos sejam a cabo, sendo o filme dublado, procuro ver se está disponível o Closed Caption (que são legendas feitas para deficientes audiovisuais), estando, eu aciono a tecla SAP e assisto tranquilamente, o único incomodo é que como o Closed Caption (CC) é para deficientes audiovisuais, todas as coisas que acontecem em cena, além das falas, aparecem na legenda, como por exemplo, mostrar na legenda "sirenes ao fundo", "braulho de vidro quebrando", para explicar as cenas (as vezes o Closed Caption está em inglês), isso tem contribuído para que eu assista um pouco mais aos filmes da Globo que geralmente é dotado tanto do CC quanto do SAP, assim como o canal a cabo Telecine Pipoca.

Porém, usando esse recurso percebemos um dos problemas gerado pela dublagem, é que ele, quando está em portugês, segue a risca a fala da dublagem e por estarmos assistindo com o áudio original usando o CC como legenda, percebemos que muitas vezes, são ditas palavras onde não deveriam ser ditas, estava assistindo a um filme (que não me lembro o nome) e o personagem corria atrás de um ladrão, ele escorrega e o ladrão foge, ao se levantar, no áudio original, o tal personagem só geme, pela dor de ter caído, mas as legendas do CC mostraram uma fala: "ai, tô ficando velho pra isso". Meu Deus, incrível, as dublagens mudam até roteiros! e isso eu já percebi em outros filmes, falas cortadas na dublagem, falas acrescentadas e o pior modificadas.

Há pouco tempo estava assistindo a TV de madrugada e vi anunciar um filme que passaria no Corujão da Tv Globo, era um filme de terror, que eu ainda não havia assistido, esperei o filme começar, o título era "A Maldição de Quicksilver", era uma história sobre um cara que a mão dele toma vida própria e lidera uma rebelião entre todoas as mãos do mundo, fazendo-as acordar, e tentar se livrarem do corpo que a aprisionam, até aí tudo bem, pensei, tá cine trash, não tem nada melhor, vamos ver no que dá. A mão que começa o tal movimento, consegue usar uma espécie de machadinha de cozinha e arranca a outra mão do cara, que era como se fosse um súdito, e lhe incube da missão, "acorde todas as outras"a rebelião começou. como se não bastasse o filme ser tão ridículo, ainda tive que assistí-lo dublado pois nem SAP nem CC estavam disponíveis, e a voz da mão que havia sido "libertada"era nada mais nada menos que a mesma voz do dublador de.... nossa.. Bob Esponja, imagina assistir um filme de terror de uma mão que sai gritando com a voz do Bob Esponja dizendo para as outras acordarem que a rebelião começou, sem palavras né, desliguei a tv e fiz o melhor que pude, dormi.

Como se não bastasse isso, temos o problema do título, da famigerada "tradução" dos filmes. Onde um filme por exemplo, que se chama em inglês Mystic River (que traduzindo seria Rio Místico) aqui no Brasil se chamou, Sobre Meninos e Lobos, nada a ver né? pior, quem não se lembra da comédia juvenil Porky's? uma trilogia canadense que no Brasil ganhou uma quarta versão americana, pegaram um filme de Tom Cruise, no mesmo estilo de Porky's, jovens semi nus sem muito o que fazer e colocaram o título de Porky's 4, o que não existe, pois como já disse Porky's foi uma trilogia.

Uns dizem que no caso do título, é para se vender mais, ficar comercial aqui ou sei lá, mas por isso mesmo, muitos títulos acabam ficando parecidos, quantos já não ficaram em dúvidas se assistiram um filme ou não porque o título é muito parecido com o outro, é só um título ficar famoso e conter uma expressão comum que vira febre, como "exterminador" e "comando", quantos filmes não tiveram com essas palavras!?

Esses são algumas das incoerências, e acho que tudo isso acontece porque estamos acostumados a aceitar qualquer coisa que nos é empurrada, até mesmo por nossos irmãos brasileiros, que são os (ir)reponsáveis por tais dublagens e traduções. De qualquer maneira, pense bem ao assistir a um filme, e pelo menos de vez em quando dê chance ao áudio original, se você não tem um Home Theater, não faz mal, ligue seu DVD-player no seu aparelho de som estéreo e curta o filme com o áudio original, num bom volume, tenho certeza que você não vai querer mais nada dublado.